ALIMENTAÇÃO E SONO
Dormir bem é uma questão de saúde e não é preciso ser profissional da área para saber sobre sua importância, pois basta ter uma noite de sono ruim, ou seja, restrito em tempo e/ou qualidade para perceber como dormir bem faz diferença ao longo do dia.
A restrição de sono pode ocasionar dificuldades de concentração, má disposição, dores no corpo, sonolência, mudança no apetite e nas preferências alimentares, representando um aumento do risco para o desenvolvimento de obesidade, pois além das consequências citadas anteriormente, a restrição de sono afeta a concentração de hormônios que geram a sensação de fome e saciedade no organismo, podendo aumentar a ingestão de alimentos com maior densidade calórica.
É muito comum que, no consultório de nutrição, os pacientes iniciem um acompanhamento nutricional acreditando que o tratamento consiste em saber o que pode ou não se pode comer, mas a verdade é que independente do objetivo de qualquer paciente, o acompanhamento se inicia fortalecendo alguns pilares essenciais para a saúde, como a construção de um padrão alimentar equilibrado, a prática de atividade física prazerosa, a saúde emocional e a qualidade do sono.
Independente do objetivo de um paciente, iniciar um acompanhamento nutricional sem que este tenha um bom sono pode tornar os resultados mais difíceis e lentos, por isso se tratando de um paciente que dorme mal, o ideal é investigar a causa e esta muitas vezes extrapola o campo de atuação do nutricionista, sendo importante sempre contar com o apoio multidisciplinar de outros profissionais de saúde, como médico do sono, psicólogo e psiquiatra, se necessário.
Apesar disso, é possível ao nutricionista orientar o paciente sobre a inserção de hábitos na rotina que promovam relaxamento, como meditação, yoga, exercícios de respiração e, através da alimentação, inserir na alimentação do paciente alimentos ricos em nutrientes que auxiliam no manejo do estresse, como vitamina C, vitamina E e L-theanina; alimentos que auxiliam na produção de serotonina, um neurotransmissor que auxilia na regulação do ritmo circadiano, como triptofano, vitamina D, Vitamina B3, B6 e melatonina. Também existem opções de chás que aumentam a produção de GABA, outro neurotransmissor que ao diminuir a atividade do sistema nervoso central promove redução da ansiedade.
Se traduzirmos esses nutrientes em alimentos, significa que o paciente terá uma alimentação rica em alimentos como laticínios, ovos, cacau, chocolate amargo, aveia, atum, abacate, azeite, castanhas, nozes, amendoim, amendoim, laranja, tangerina, morango e alguns chás, como os de camomila e erva-cidreira.
Ana Paula dos Passos Câncio
Nutricionista
CRN4 15.10052-3