Atuação da Enfermagem no Atendimento Domiciliar Quando a qualificação e profissionalismo fazem a diferença.

O cuidado com a população que envelhece representa um grande desafio para os sistemas de saúde. As transições demográficas e epidemiológicas têm fomentado debates na busca de alternativas de cuidados à saúde de um número crescente de idosos, e a reorganização dos serviços de saúde resgata o domicílio como ambiente terapêutico.

O enfermeiro atua na prescrição de condutas e orientações e na avaliação dos pacientes, da viabilidade/adesão às condutas elaboradas pela equipe multiprofissional. Sendo assim, o modelo de saúde ofertado pela Atenção Domiciliar (AD), surge como uma possibilidade substitutiva ou complementar para gerir o cuidado e o processo da saúde, considerando a complexidade e as especificidades dos sujeitos envolvidos e os contextos aos quais eles estão inseridos.

Outra contribuição da AD é a implementação da assistência pautada no trabalho de equipes interprofissionais, que propõe a participação ativa de equipe, usuários, famílias e comunidade. Nesta ótica, a AD vem sendo consolidada com o comprometimento daqueles profissionais de saúde que, além de integrarem uma equipe multiprofissional, também confiam na eficácia da interação e atuação integrada.

O enfermeiro é identificado como aquele que, inúmeras vezes, organiza e se responsabiliza, pelo processo de trabalho da equipe, propondo e executando estratégias que objetivam impacto ao contexto social da população assistida e consequentemente à realidade de vida e saúde desses usuários. Além disso, uma vez que a aproximação que a equipe de enfermagem possui junto ao usuário, sua família e comunidade e o vínculo de cuidados que surgem durante as visitas ultrapassam a linha profissional, de modo que tal fato pode ampliar a conquista da autonomia dessas famílias com a sua saúde.

O espaço de AD requer um enfermeiro altamente qualificado, polivalente e comprometido, que possua amplas competências clínicas e assistenciais e grau de autonomia para desenvolver seu trabalho, realizando acompanhamento contínuo de seus pacientes, com condições agudas e crônicas, no âmbito familiar e na comunidade, e com equilíbrio de ações curativas e preventivas. Além disso, seu papel na atuação no cuidado domiciliar baseia-se no reconhecimento de sua competência no que diz respeito aos saberes, suas habilidades, sua aptidão e experiência.

Portanto, as ações do enfermeiro na AD perpassam a supervisão clínica e administrativa e a assistência mediada por procedimentos relacionais, educacionais e técnicos, requerendo diferentes tecnologias por ele utilizadas no contexto domiciliar. Este profissional desempenha papel fundamental na AD tanto por coordenar o plano de cuidados no domicílio quanto pelo vínculo que estabelece com os usuários, familiares e cuidadores, que segundo estudos recentes, possui grande eficácia terapêutica junto à assistência implementada pela equipe multidisciplinar.

Marcus Bronzato
Enfermeiro, professor e instrutor
ASHI nível 8
COREN RJ 290.717

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