Tecnomedi - Revistas

Revista

A+
A-

Saúde Intestinal

Não é novidade que o humor das pessoas sofre grande interferência se o intestino delas funcionam bem ou não. Dizemos que elas estão enfezadas quando estão irritadas e chateadas de tão forte ser esta relação. Quando estamos com diarreia e vomitando nos sentimos fracos e inseguros. A nossa saúde intestinal começa a ganhar força com o aleitamento materno, grande fornecedor de lactobacilos (bactérias benéficas que crescem no leite) que irão fazer parte da nossa flora intestinal. Posteriormente, nossos pais vão apresentando novos alimentos que vão alimentando os lactobacilos que já possuímos e trazendo novos tipos bactérias a medida que vamos comendo alimentos ricos em nutrientes. Neste contexto, o sal, açúcar e gordura hidrogenada aparecem como grandes vilões porque todos eles prejudicam o crescimento de bactérias benéficas no nosso intestino. Eles são considerados conservantes justamente por bloquear proliferação bacteriana, até de bactérias saudáveis para o nosso corpo. Quanto maior a variedade de frutas, verduras e leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico e ervilha) maior a quantidade e variedade de bactérias saudáveis no nosso intestino. Os alimentos saudáveis são chamados de prebióticos por funcionarem com alimentos para as bactérias presentes em nossa flora intestinal.

O nosso intestino faz a digestão e absorção dos nutrientes que ingerimos, mas existe uma função primordial que é a função IMUNOLÓGICA (função de defesa). Toda substância, toxina, vírus, bactéria, fungo em contato com nosso intestino é analisado pelo nosso sistema de defesa intestinal e ele diz quem entra ou não para fazer parte do nosso corpo. Nesta hora, quanto mais forte nossa flora intestinal, menor a ocorrência de infecção, de alergia alimentar e de doenças reumatológicas. Existem lactobacilos que evitam câncer de intestino e bexiga, abaixam o colesterol, comem oxalato de cálcio e por isso evitam até cálculo renal. O uso de iogurte na alimentação, praticado há milênios pelos povos europeus orientais (Albânia, Bósnia, Sérvia, Montenegro e Bulgária) foi estudado e sua composição detalhada por Stamen Grigorov, médico búlgaro em 1904. Ele descobriu que o leite azedo continha milhares de bactérias, entre elas a que ele denominou lactobacilos bulgaricus. Os leites usados na época eram de búfala e de ovelha. Em 1908, o biólogo russo Élie Metchnikoff publicou seu livro The Prolongation of Life (O prolongamento da vida) e estabeleceu uma ligação entre o alto consumo de iogurte por camponeses búlgaros e sua alta expectativa de vida. Nas montanhas da Rhodope, na Bulgária, têm uma das maiores concentrações de centenários da Europa. Ele ganhou o Prêmio Nobel por esta descoberta.

Infelizmente, a industrialização maciça do iogurte prejudica em parte sua utilização por usarem muito açúcar e corantes. Entretanto, existem opções saudáveis como iogurte natural, coalhada, kefir (colônia de bactérias que passam de família para família, famosos bichinhos do leite) que ajudam a flora intestinal ficar mais forte e saudável, contribuindo para nossa qualidade de vida e longevidade.

Dr.Sérvio Paixão
Cardiologista

CRM 52.72513-7

www.tecnomedi.com.br

Dr.Sérvio Paixão

Compartilhe nas redes sociais: Compartilhe no WhatsApp